Justiça

Caravana lança cartilha contra a violação das prerrogativas das advogadas

A Comissão Nacional da Mulher Advogada (CNMA), a Comissão Nacional de Defesa das Prerrogativas e Valorização da Advocacia (CNDPVA) e a Procuradoria Nacional de Defesa das Prerrogativas (PNDP) lançaram uma cartilha de prerrogativas da mulher advogada.

O documento foi apresentado, de forma oficial, durante a primeira etapa da Caravana Nacional das Prerrogativas, na OAB Minas Gerais. A ação marca a retomada do projeto que vai percorrer os estados do Brasil no triênio 2019-2022. O foco dessa nova etapa da Caravana Nacional será na defesa das prerrogativas das advogadas.

“A verdade é que temos algumas prerrogativas específicas, que ainda não são conhecidas, e estamos verificando que existem desculpas para o não cumprimento delas. Advogada gestante não se submete a detectores de metal, tem direito a vaga especial e as lactantes têm direito a um local para atender a necessidades do bebê, além de ter a preferência em sustentação oral. Nos preocupamos também em falar sobre os direitos da mulher, já que muitas vezes, no momento da violação da prerrogativa, existe também a violência de gênero e o preconceito”, explicou Daniela Borges, presidente da Comissão Nacional da Mulher Advogada.

A cartilha destaca que, no caso das mulheres, é comum que a violação das prerrogativas também se traduza em violência de gênero. Dessa forma, é preciso ficar atento a atos ou agressões nesse sentido. O documento ressalta que as advogadas têm direito à igualdade de remuneração, a não sofrer assédio por parte de autoridades ou funcionários de órgãos públicos e podem se vestir livremente, sem qualquer restrição ao exercício da advocacia em razão dessa escolha, não podendo ser impedidas de entrar em fóruns, tribunais, delegacias, presídios ou repartições públicas.

“Nessa Caravana, vamos ouvir os problemas que a mulher advogada enfrenta, interpretar os desafios e propor soluções, entender o que a Ordem pode fazer. Já estava em tempo de inserirmos essa questão da mulher porque o sofrimento delas não é o mesmo que aflige os homens, sobretudo em um país machista. Tenho certeza que a inserção da CNMA nas caravanas trará, no futuro, a igualdade que tanto desejamos entre advogadas e advogados”, defendeu Alexandre Ogusuku, presidente da Comissão Nacional de Defesa das Prerrogativas e Valorização da Advocacia.

Durante a cerimônia, foram empossados ainda os delegados de defesa das prerrogativas da OAB-MG, que foram saudados pelo vice-presidente da OAB Nacional, Luiz Viana. “A tarefa mais importante e gratificante é a defesa das prerrogativas dos colegas advogados. As prerrogativas existem para proteger a sociedade, para que o sistema possibilite a existência de homens e mulheres livres para exercer a defesa. Tenham de mim o mais profundo respeito e a mais profunda concordância”, afirmou.

Também acompanharam a cerimônia na OAB-MG o presidente da seccional mineira, Raimundo Cândido Júnior; os conselheiros federais Luciana Nepomuceno e Bruno Reis de Figueiredo; o presidente da Comissão Nacional de Direitos Sociais, Antônio Fabrício Gonçalves, e a procuradora nacional de defesa das prerrogativas, Ana Karolina Nunes.

A Caravana Nacional das Prerrogativas segue, ainda nesta semana, para a OAB-PA. Estão programadas audiências com o presidente do Tribunal de Justiça do Estado, reunião da Comissão Nacional e Procuradoria Nacional das Prerrogativas, lançamento da Cartilha Digital das Prerrogativas OAB/PA, lançamento das Rondas das Prerrogativas e apresentação da Coordenadoria de Defesa da Mulher Advogada. Além disso, serão realizadas sessões de desagravos na Praça Barão do Rio Branco, em Belém.

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