Política

Luiz Couto faz palestra em evento que discutiu fé e política

O deputado federal Luiz Couto (PT-PB) participou do 10º Fé e Política, cujo tema foi “Bem-Viver: águas da solidariedade e sementes de esperança.”

Foi uma parceria entre o Movimento Fé e Política e a Diocese de Campina Grande, com o apoio da Universidade Federal de Campina Grande, que cedeu o local do evento.

Couto foi o palestrante do grupo 8 que tratou da “Crise do modelo partido de participação política” e teve como coordenador do debate o ex-vereador Antônio Pereira e um dos participantes foi o prefeito de Cachoeiro do Itapemirim (ES), Carlos Casteglione.

Em sua exposição, o deputado petista avaliou que nem toda crise é negativa e argumentou que os momentos de conflito são necessários para o desenvolvimento da sociedade.

Contudo, ele citou o professor emérito da Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo, Fábio Konder Comparato, e disse que há um estado brasileiro é organizado de uma maneira esquizofrênica, “com a dissociação permanente entre aparência e realidade”.

“Comparato diz que somos uma república federativa, com um estado democrático de direito, mas há uma grave dissociação entre o que está na lei e o que temos de fato, na realidade”.

Couto prosseguiu, afirmando que o espírito individualista privatista impede o bem comum e faz com que cada cidadão pense no seu bolso e nos seus interesses pessoais em detrimento do que seria melhor para o coletivo.

Couto avaliou em sua palestra que a democracia brasileira não é autêntica e citou que o primeiro partido de esquerda, o PCB, só surgiu em 1922, quando as legendas conservadoras já existiam desde o Império.

“Na nossa democracia, em que supostamente o poder emana do povo, os referendos e plebiscitos, para ouvir a população são podem ser realizados com autorização do Congresso Nacional. O povo só tem a prerrogativa de eleger políticos”, explicou.

Para o deputado federal paraibano, os membros do judiciário também deveriam ser eleitos e para mandatos com tempo determinado: “Há países onde este modelo funciona. Aqui no Brasil, o poder judiciário é soberano e não pode ser mudado. Recentemente, até foi aumentado o tempo de permanência dos magistrados nos cargos, que era de 70 anos e foi para 75. Eu votei contra”, pontuou.
Luiz Couto defendeu a realização de uma reforma política com uma constituinte exclusiva para definir novos rumos para a estrutura política brasileira e argumentou que o atual congresso, de perfil majoritariamente conservador e fisiologista, não teria autoridade para promover as mudanças que o país precisa.

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