Cultura

Toffoli pede engajamento para reduzir desigualdade entre brancos e negros

O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Dias Toffoli, disse, ao ser homenageado na 16ª edição do Troféu Raça Negra, que, passados quinze anos da adoção do sistema de cotas, é importante que também a sociedade civil e a iniciativa privada se engajem na aproximação real de igualdade de oportunidades entre brancos e negros. “Ainda são baixos os índices de representatividade de negros nas empresas, em especial em postos executivos. Sem falar na disparidade salarial que infelizmente ainda existe”, afirmou.

A solenidade ocorreu em São Paulo, na Faculdade Zumbi dos Palmares, criadora do troféu. “Sinto-me honrado também por fazer parte da história desse evento, que, desde o ano 2000, premia personalidades que contribuem para a inclusão social do povo negro e afirmação da sua cultura, tendo se tornado um marco na cidade de São Paulo e no Brasil”, afirmou o presidente do STF.

O ministro Dias Toffoli apontou que pesquisas realizadas no Brasil revelam desigualdades ainda muitos acentuadas entre negros e brancos, como o “Retrato das Desigualdades de Gênero e Raça”, publicado pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), que considerou dados coletados entre 1995 e 2015 e mostra a diferença de renda familiar per capita média a partir dos critérios de gênero e raça dos chefes de família.

“Em escala decrescente de renda, tem-se: homem branco, mulher branca, homem negro e mulher negra. É preciso corrigir esse cenário, de modo que se garanta igual oportunidade e dignidade a todos. O Poder Judiciário brasileiro está atento às demandas por igualdade da população negra. O STF afirmou a legitimidade do sistema de cotas étnico-raciais para acesso às universidades públicas e para acesso aos cargos efetivos e empregos públicos da Administração Pública, inclusive nas Forças Armadas”, salientou.

Para o presidente do Supremo, essas decisões demonstram que o Poder Judiciário brasileiro reconhece a necessidade de políticas inclusivas destinadas à concretização do ideal de igualdade, que proporcionem a ocupação democrática dos espaços de poder político e social. “Estamos todos aqui reunidos com um objetivo comum: dizer um grande não ao preconceito e ao racismo, e um belíssimo sim à igualdade de oportunidades, à inclusão social, ao pluralismo e à dignidade da pessoa humana”, ressaltou.

O ministro Dias Toffoli homenageou a vereadora Marielle Franco, assassinada em março deste ano, no Rio de Janeiro. “O seu exemplo de coragem, dignidade, renúncia, desprendimento e determinação exige de todos nós união e engajamento na luta incessante por Justiça e igualdade”, concluiu.

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