Saúde

Saúde mental é debatida na CMJP

A Câmara Municipal de João Pessoa (CMJP) realizou uma sessão especial que debateu estratégias das políticas públicas e da sociedade voltadas à saúde mental. O evento, em alusão à passagem do Dia Mundial da Saúde Mental, celebrado dia 10 de outubro, foi proposto pelo vereador Durval Ferreira (PL). Profissionais e representantes de instituições relacionados ao tema participaram das discussões. 

“Uma entre quatro pessoas será afetada por problemas de saúde mental ao longo da vida, o que dá a dimensão de um problema que tem se agravado com a pandemia. Tendo em vista as comemorações do Dia Mundial da Saúde Mental e das pressões psicológicas do pós-pandemia que todos enfrentamos, achamos por bem promover o debate e considerações sobre o tema junto à sociedade. Hoje os profissionais aqui presentes enriquecem o conhecimento sobre o tema”, justificou Durval Ferreira.

O coordenador do Setor de Saúde Mental de João Pessoa, Vinícius Soares de Oliveira, destacou que o tema vive permeado de preconceito e por muitos anos os pacientes eram tratados em espaços fechados com imensas violações de direitos humanos. “Com uma nova visão e novo paradigma, ocorreu a Reforma Antimanicomial que fechou os hospitais psiquiátricos e criou uma ampla rede substitutiva de atendimentos aos pacientes com transtornos psíquicos e surtos psiquiátricos”, explicou. Ele elencou as unidades de atendimento relacionadas a saúde mental na capital paraibana: o Ambulatório de Saúde Mental Gutemberg Botelho – Rua: Dom Pedro II, 1826; o Caps Regional AD III Jovem Cidadão – Rua Safra Said Abel da Cunha, 326 – Tambauzinho; o Espaço de Atenção à Crise/Serviço de urgência e emergência – Complexo Psiquiátrico Juliano Moreira | Endereço: Rua: Dom Pedro II, 1826 – Torre; o Caps III Caminhar – R. Paulino Santos Coelho, s/n Bairro: Jardim Cidade Universitária; o Caps III Gutemberg Botelho – Av.: Minas Gerais, 409, Bairros dos Estados; o Caps-AD III David Capistrano – R.: José Soares, s/n bairro: Rangel; o Caps I Cirandar – R: Gouveia Nóbrega, s/n bairro: Roger; o Complexo Hospital Municipal Tarcísio Burity – Ortotrauma e Pronto de Atendimento de Saúde Mental – (Pasm) – R.: Agente Fiscal José Costa Duarte, s/n, Mangabeira; e o Hospital Municipal Valentina de Figueiredo – Av. Mariângela Lucena Peixoto, Valentina I.

A diretora do Centro de Atenção Psicossocial Infanto-Juvenil Cirandar (Capsi Cirandar), Luana Campos, revelou que o centro atende 582 jovens em profundo sofrimento com atenção multidisciplinar e apoio às famílias. “É muito difícil ver os jovens sofrendo com transtornos psicológicos e nos faz questionar o que está acontecendo. A verdade é que nossa sociedade está adoecida mentalmente. Precisamos de uma equipe mais fortalecida para garantir tratamento adequado aos jovens de nossa cidade e das cidades circunvizinhas, que nos procuram. Agradeço ao vereador Durval e a Câmara por esse momento”, comentou.

Já a coordenadora do Pronto Atendimento em Saúde Mental (Pasm), Maria Alexina Bezerra, destacou que o programa funciona 24 horas, todos os dias, no Complexo Hospitalar Governador Tarcísio Burity (Ortotrauma), no bairro de Mangabeira. De acordo com ela, o Pasm recebe casos de urgência e emergência em saúde mental de pacientes com idade a partir de 18 anos moradores das cidades de João Pessoa, Cabedelo, Bayeux e Santa Rita.  O programa oferece atendimento de uma equipe multidisciplinar que envolve o médico psiquiatra, psicólogo, assistente social, enfermeiro, técnicos de enfermagem e equipe de apoio. “Somos um serviço de referência no estado e atendemos diariamente cerca de 30 pacientes multidisciplinarmente e com atenção à família”, ressaltou.  

Por sua vez, representando a esfera privada, a psicóloga e filha do propositor da sessão, Rebeca Ferreira, enfatizou que as questões da saúde mental ainda são tabus e sofrem muito preconceito e muitas vezes são marginalizadas e segregadas pela sociedade. Ela destacou a importância de a esfera privada participar da rede de atenção à saúde mental como suporte para a população. “As pessoas estão voltadas para a imagem estética e física sem dar importância ao interior. Precisamos desmistificar que só precisa de psicólogo e psiquiatra pessoas com sérios problemas. Prevenir transtornos e se conhecer melhor permite uma melhor qualidade de vida”, arguiu.

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