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Senado aprova criação de comissão externa para visitar a Venezuela

A Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional (CRE) aprovou a criação de uma comissão externa com o objetivo de visitar a Venezuela, país que experimenta grave crise política. A sugestão segue para análise do Plenário do Senado e, uma vez confirmada, a comissão será presidida pelo senador Fernando Collor (PTC-AL), também presidente da CRE.

A iniciativa partiu do vice-presidente da comissão, senador Jorge Viana (PT-AC). Collor informou que, para a comissão ser efetivada, necessitará de contatos prévios com o Itamaraty, com o governo de Nicolás Maduro e com a oposição da nação vizinha.

— É evidente que não temos o intuito de resolver a crise política daquele país. Mas o Brasil não pode se omitir. Temos mais de 2000 km de fronteira, enquanto nações de outros continentes procuram atuar neste processo —afirmou Collor, em referência ao agravamento da polarização no país vizinho, a partir da convocação de uma nova Assembleia Constituinte por parte do governo Maduro.

Collor disse que a comissão deverá abster-se de qualquer julgamento prévio político ou ideológico, assim como não objetiva “de nenhuma maneira” interferir em questões internas da Venezuela. Estará focada, segundo o senador, num esforço de diplomacia parlamentar, buscando colaborar no restabelecimento de um mínimo de diálogo institucional entre as forças do governo e da oposição naquele país. Outro ponto que interessa diretamente ao Brasil, observou, é o aumento da migração de venezuelanos, especialmente pela fronteira com Roraima.

Perto de guerra civil

Para Jorge Viana, o Brasil não pode assistir “de braços cruzados” ao agravamento da crise política e ao crescimento da polarização na Venezuela. Lembrou que desde a convocação de uma nova série de manifestações de rua por parte da oposição, há cerca de quatro meses, mais de 100 pessoas foram mortas durante protestos. Somente no último domingo (30), dia de votação para a nova Constituinte, 16 pessoas também morreram em locais próximos às zonas eleitorais.

— Acho que a situação se agravou muito nos últimos dias, e talvez o país esteja próximo a uma guerra civil. Não há mais nenhum diálogo, tolerância ou entendimento entre as forças políticas — lamentou Viana, lembrando que o aumento da tensão na Venezuela não interessa à América do Sul.

O senador também elogiou os contatos prévios que deverão ser mantidos com o governo e a oposição antes da visita, “para saber se desejam de alguma maneira a nossa atuação”. Acredita ainda que a iniciativa está em consonância com os posicionamentos históricos do Itamaraty.

Collor concordou com Viana, acrescentando que, em termos de geopolítica internacional, o Brasil estará se comportando de forma subalterna caso se omita.

Agência Senado

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