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Sífilis entra em debate na Assembleia Legislativa

A Assembleia Legislativa da Paraíba realizará na próxima quarta-feira, 27, audiência pública para debater sobre o elevado número de casos de sífilis no Estado da Paraíba. A propositura é do presidente da Comissão de Saúde da Casa, deputado Ricardo Barbosa (PSB).

Na Paraíba, os casos de sífilis em bebês são alarmantes. Neste ano, já foram notifiados 312 casos só nos três primeiros meses, mais do que o total registrado no ano passado, que foi de 265.

Em João Pessoa, os casos totais aumentaram 350% em um ano, passando de 66 em 2014 para 298 em 2015 no ano passado.

Segundo o deputado, a sífilis tem atingido bebês e grávidas “e avança de forma, se não igual, um tanto mais devastadora do que a microcefalia, por exemplo, mas vem ocorrendo longe dos holofotes. Uma enfermidade que pode trazer complicações em bebês, tais como má-formação, surdez e deficiência mental”.

O governo federal estima que em sete anos a quantidade de casos notificados de sífilis congênita quase triplicou e terá esse ano, segundo as expectativas de especiaistas, um avanço ainda mais preocupante.

No Brasil, a sífilis em gestantes e a congênita são de notificação compulsória em todo território nacional. “Só para que se estabeleça, historicamente, um parâmetro, de acordo com o Sistema Nacional de Agravos de Notificação, de 2005 a junho de 2014, foram notificados 100.790 casos em mulheres gestantes. Com relação à congênita, de 1998 a junho de 2014, haviam sido notificados 104.853 casos em menores de um ano”, informou.

Neste ano, já são mais de treze mil casos de crianças com sífilis e, pelo menos, quarenta e seis mil mulheres contaminadas.

Falta de medicamentos

O principal tratamento da sífilis é feito com penicilina benzatina, para as gestantes, e penicilina cristalina, para os bebês. Faz mais de quatro meses que não há distribuição regular de benzetacil nos estados da federação, chegando mesmo a faltar.

O medicamento Benzilpenicilina (benzetacil), desapareceu do mercado em nível nacional. Um dos motivos apontados seria escassez de matéria-prima. O problema vem acontecendo desde o ano passado. Um dos fatores que acarretam o desabastecimento é, também, a falta de interesse dos laboratórios fabricantes de comercializarem o medicamento.

O Ministério da Saúde afirma ter finalizado neste mês a compra de 2,7 milhões de frascos-ampolas de penicilina bezantina para abastecer, emergencialmente, os Estados brasileiros.

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