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Vereadora apresenta PL para a criação do Dia Municipal de Enfrentamento ao Genocídio

Em 14 de dezembro de 2019, Tássio Pereira dos Santos, jovem negro de 27 anos, passeava de moto com o seu tio, quando foi abordado por um patrulha policial. Tássio, foi atingido por um tiro no abdômen, enquanto tentava retirar o documento do bolso. De acordo com a família, até o presente momento, o assassinato do jovem permanece na impunidade, como tantos outros casos de mortes de jovens negros no país, caracterizando um verdadeiro extermínio dessa população.

Histórias como a de Tássio Pereira, infelizmente ainda são uma constante no Brasil, e para que essa realidade não seja ignorada em Campina Grande, a Vereadora Jô Oliveira (PCdoB) apresentou à Câmara Municipal o Projeto de Lei 178/2021 que cria o Dia de Enfrentamento ao Genocídio da Juventude Negra, a ser instituído em 14 de dezembro, em memória de Tássio Pereira dos Santos.

De acordo com o Atlas da Violência de 2018, os números de homicídios que vitimam pessoas negras é 75,7% maior em relação aos não negros (13,9%). Em uma pesquisa de 2012, intitulada A Cor dos Homicídios no Brasil, Campina Grande ocupava o 24º lugar, com 211 homicídios de pessoas negras, para 6 homicídios de pessoas brancas. Diante desses dados, falar em Extermínio da Juventude Negra não é exagero.

O enfrentamento a esse problema já é uma das pautas de luta, que a vereadora Jô Oliveira vem levantando mesmo antes de ocupar uma cadeira na Casa de Félix Araújo.

“O genocídio, o extermínio da Juventude Negra, é uma triste realidade, comprovada por números em nosso país. Essa é uma luta que temos travado há um bom tempo. Hoje na condição de vereadora de Campina Grande, trazemos esse debate para Câmara Municipal e esse projeto é apenas o primeiro nessa perspectiva de enfrentamento dessa realidade”, disse a vereadora. 

A parlamentar destacou também que tem realizado várias reuniões com representantes de diversos movimentos e organizações que discutem a questão racial na cidade.

“Estamos em constante diálogo com as organizações e movimentos que discutem a questão racial, não apenas a nível de município. Isso nos possibilita apresentar projetos que de fato atendam aos anseios de quem está no dia a dia, no trabalho social e na luta diária que perpassa essas pautas”, enfatizou.

O projeto de lei foi protocolado e espera o parecer da Comissão de Constituição e Justiça para que possa ser colocado em votação.

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