Eventos sobre gestão das águas discutem variabilidade climática e segurança hídrica
A variabilidade climática esteve no centro do debate no 1º Encontro Regional de Comitês de Bacias Hidrográficas – Nordeste e no 2º Simpósio Paraibano de Recursos Hídricos realizados em João Pessoa.
O monitoramento dessas mudanças na Paraíba é feito com 96 plataformas agrometeorológicas operadas pela Agência Executiva de Gestão das Águas (Aesa).
Os eventos, que pretendem aprofundar o conhecimento sobre a gestão das águas em diversas regiões do País, são realizados pelo Governo da Paraíba, por meio da Aesa, em parceria com o Fórum Nacional de Comitês de Bacias Hidrográficas do Brasil (FNCBH), até esta quarta-feira (29), no auditório do Aram Beach & Convention, em Tambaú.
De acordo com o gerente de Monitoramento e Hidrometria da Aesa, Alexandre Medeiros, o Governo do Estado investiu R$ 7 milhões no sistema de monitoramento e em melhorias na Sala de Situação (local onde os dados são analisados).
“Ampliamos a nossa rede de monitoramento voltada para a zona rural e nos tornamos pioneiros na instalação de uma rede voltada para o clima urbano. Os principais municípios da Paraíba têm plataformas na entrada, na saída e no centro da cidade. Com essa rede, conseguimos agregar muitos dados para estudos científicos, que nos ajudam a entender as mudanças climáticas”, explicou.
O debate sobre Variabilidade Climática foi conduzido pelo coordenador de Mudanças Climática da Agência Nacional das Águas (ANA), Saulo Aires de Souza, que apresentou dois estudos: Variabilidade climática na América Latina e O impacto da variabilidade climática na disponibilidade hídrica. “Como nós não conseguimos prever todas as mudanças do clima, é importante ter o acompanhamento das variações. Por isso, instrumentos como o Monitor das Secas e a Sala de Situação são indispensáveis”, alertou.
Na sequência, foram realizadas a palestra Marco Regulatório do Saneamento Básico, pelo diretor-presidente da Cagepa, Marcos Vinícius Neves, e a mesa-redonda Alocação de Água Negociada. Esse debate foi coordenado pelo representante da Agência Nacional das Águas (ANA), José Marcos Neves, e contou com a participação do diretor do Instituto de Gestão das Águas do Rio Grande do Norte (Igarn), José Procópio e do presidente da Companhia de Gestão dos Recursos Hídricos do Ceará, Yuri Castro de Oliveira.
Águas do Nordeste: governança, adaptação e desenvolvimento. Esse foi tema de abertura da programação da tarde dessa terça-feira. A mesa-redonda contou com a participação da diretora da Agência Pernambucana de Águas e Clima, Suzana Montenegro; do superintendente de Regulação e Sistema de Gerenciamento da ANA, Humberto Cardoso Neto e foi presidida pelo secretário de Meio Ambiente e dos Recursos Hídricos do Rio Grande do Norte, Paulo Lopes Varella.
“Todo debate desse evento pode ser resumido numa expressão: segurança hídrica. É disso que se trata. Por isso temos que encontrar caminhos para que a água chegue para todos. É preciso que além da disponibilidade hídrica, tenhamos infraestrutura, gestão dos recursos e investimentos recorrentes”, sintetizou Varella.
Além das palestras e mesas-redondas, 40 trabalhos científicos foram apresentados no 2º Simpósio Paraibano de Recursos Hídricos. Durante as apresentações, os estudos foram analisados por uma comissão avaliadora composta por uma equipe da Aesa. Juntos, simpósio e encontro têm mais 600 inscritos.
