Na semana em que é comemorado o dia das crianças, a Coordenadoria Estadual de violência Doméstica e Familiar do Poder Judiciário de Roraima, faz um alerta a sociedade acerca da importância de se discutir políticas públicas e campanhas de sensibilização, sobre o tema “filhos da violência doméstica: e os efeitos negativos no seu desenvolvimento físico, social e emocional”. Conforme estatística do setor, no 1° semestre de 2018 das 355 Medidas Protetivas analisadas, foi possível identificar que em 181 casos de violência registrados, o casal tinha filhos. Destes, 40% ocorreram dentro do ambiente familiar, sendo que o principal ofensor da mulher é o marido ou ex-companheiro.
A doutora em Direito Penal de São Paulo, Alice Bianchini, ressalta que embora a sociedade não tolere a violência contra a criança, ainda é muito tolerante em relação à violência contra a mulher. “Isso é um contrassenso, pois a violência contra a mulher também é uma violência contra o filho” e lembrou que a Lei Maria da Penha (Lei 11.340/2006) não é destinada apenas à mulher e ao agressor, mas também aos filhos e demais familiares e às testemunhas.
Aurilene Moura, pedagoga e coordenadora das ações de combate a violência doméstica e familiar, enfatiza que “crescer em um ambiente abusivo pode afetar criticamente o progresso do desenvolvimento humano, de tal maneira que o efeito acumulado pode ser levado à idade adulta e contribuir para a perpetuação do ciclo da violência. Qualquer criança que vive em um ambiente com violência ou ameaça de violência é uma criança que precisa de proteção” afirmou.
JRR