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1.567 mulheres morreram no Brasil por complicações ao dar à luz

Em pouco mais de três meses de 2015, a cidade de Campina Grande já registrou seis casos de mortalidade materna. O número expressivo dessas mortes de mulheres chamou a atenção do Ministério Público da Paraíba (MPPB), que está convocando os promotores de Justiça, prefeitos e secretários da Saúde dos 42 municípios que integram a 3ª Gerência Regional de Saúde para uma reunião que irá debater as causas no aumento dessas taxas e as soluções a serem colocadas em prática.

“Estamos aguardando mais detalhes e informações do Comitê Estadual de Mortalidade Materna, pois as mortes podem ocorrer em três momentos distintos: no pré-parto, no parto ou no pós-parto”, diz a promotora de Justiça de Defesa da Saúde de Campina Grande, Adriana Amorim de Lacerda, completando: “Precisamos identificar onde está o problema; se está havendo falhas no atendimento básico, no pré-natal, ou no serviço hospitalar”.

A reunião com os prefeitos, secretários e promotores de Justiça ocorrerá com a presença do procurador-geral de Justiça do MPPB, Bertrand de Araújo Asfora, nesta segunda-feira (27), na sede da instituição, em Campina Grande. “É bom lembrar que essas seis mulheres que morreram em Campina Grande eram oriundas de outros municípios da região. Em um desses casos, morreram tanto a mãe quanto o recém-nascido. A mãe era da cidade de Queimadas”, informa a promotora.

A tragédia da mortalidade materna, segundo dados do governo federal, vem atingindo menos mães a cada ano no país, mas o ritmo de queda não seria o suficiente para que o Brasil alcance até o fim de 2015 o chamado ‘Objetivo de Desenvolvimento do Milênio (ODM)’ nesse quesito. A altíssima taxa de cesáreas, o excesso de intervenções desnecessárias, a falta de treinamento de equipes especializadas e a proibição do aborto seriam alguns dos fatores apontados como barreiras para que o risco diminua mais no país.

Em 2013, 1.567 mulheres morreram no Brasil por complicações ao dar à luz, durante ou após a gestação ou causadas por sua interrupção. De acordo com o Ministério da Saúde, o Brasil tem hoje 62 casos a cada 100 mil nascimentos. A meta estabelecida até o fim deste ano, pelos ODMs, era chegar a uma taxa de 35 mortes por 100 mil nascimentos. De 1990 para cá, a taxa caiu quase pela metade, mas a redução não será suficiente para que se consiga cumprir a meta.
MP

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