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Câmara homenageou Ronaldo Cunha Lima

sessao_ronaldoA Câmara Municipal de Campina Grande, atendendo a requerimento do vereador Alexandre do Sindicato (PTC), realizou uma sessão especial nesta terça-feira (02) no Plenário da Casa de Félix Araújo, em homenagem aos 77 anos de nascimento do poeta Ronaldo Cunha Lima.

A mesma contou com a participação inúmeras autoridades, amigos e familiares e admiradores, entre eles o vice governador do estado, Rômulo Gouveia; o filho Sawignin Cunha Lima, o irmão Ivandro Cunha Lima; o ex-prefeito de Campina Grande, Félix Araújo Filho e os secretários municipais Tovar Correia Lima e João Dantas.

O autor da propositura que originou a sessão, Alexandre do Sindicato, fez um breve histórico da vida de Ronaldo Cunha Lima ressaltando ser este uma personalidade histórica da política paraibana, que conquistou a admiração de todos, inclusive entre adversários políticos. “Deixou um legado importante e a Câmara, nesse primeiro aniversário de nascimento após sua morte, não pode deixar de prestar uma justa homenagem a quem, inclusive, começou sua carreira pelo parlamento municipal”, comentou Alexandre do Sindicato.

Lembrou que esta homenagem pela  Câmara Municipal  “é necessária  por que  alexandreCampina Grande sempre ofertou a Ronaldo, em todos os momentos da sua trajetória, o respaldo político, emocional e moral de que o poeta precisava, jamais poderia, neste primeiro aniversário do seu nascimento desde sua passagem para a eternidade, deixar de prestar-lhe uma justa homenagem”.

Nascido em 18 de março de 1936, Ronaldo disputou sua primeira eleição em 1959, quando, com apenas 23 anos, se elegeu vereador de Campina Grande pelo PTB. Em 1962, conquistou uma vaga na Assembléia Legislativa. Seis anos depois, venceu a disputa pela Prefeitura de Campina Grande, tendo sido cassado pelo regime militar apenas dois meses após tomar posse. Voltou a se eleger prefeito nos estertores da ditadura, em 1982.

Em 1990, Ronaldo chegaria ao Governo do Estado, cargo que deixou em 1994 para disputar e conquistar uma vaga no Senado Federal, onde permaneceu pelos oito anos seguintes. O último cargo ocupado pelo poeta foi o de deputado federal, ao qual renunciou em 2007. Ronaldo José da Cunha Lima morreu em 07 de julho de 2012.

Também usaram a tribuna PR prestar homenagem ao poeta Ronaldo Cunha Lima, o professor José Lucas, o médico Rafael Holanda, o secretario de Ação social do município, João Dantas, o ex prefeito de Campina Grande, Félix Araújo Filho e os vereadores, Bruno Cunha Lima e Marinaldo Cardoso.
Discurso  do autor da propositura vereador Alexandre do Sindicato

Promover essa singela homenagem ao poeta Ronaldo Cunha Lima não é, necessariamente, apenas o ato frio e tradicional de prestar tributo a nomes e sobrenomes de tradição na política.

Na verdade, é prestar um serviço à história, reconhecendo, inclusive, a democrática soberania da vontade popular, que jamais impingiu ao ex-vereador, ex-deputado, ex-prefeito, ex-governador e ex-senador uma derrota nas urnas.

A Câmara Alta do Congresso Nacional, recentemente, realizou uma sessão especial em homenagem a Ronaldo, que teve uma passagem destacada por aquela casa.

Embora esta Câmara Municipal seja um ambiente bem mais singelo, e esta homenagem que ora prestamos, bastante modesta, reputo como extremamente necessário o ato de estarmos aqui, hoje, reunidos, para esta solenidade.
É necessário porque Campina Grande foi o centro do universo para Ronaldo, que em verso e prosa cantou e decantou seu amor por esta terra que o adotou.

É necessário porque Campina Grande, que sempre ofertou a Ronaldo, em todos os momentos da sua trajetória, o respaldo político, emocional e moral de que o poeta precisava, jamais poderia, neste primeiro aniversário do seu nascimento desde sua passagem para a eternidade, deixar de prestar-lhe uma justa homenagem.

E, nesse sentido, creio que, apesar da modéstia deste parlamento, esta casa, que também é augusta, torna-se o ambiente propício para uma homenagem necessária.

Porque foi como vereador que Ronaldo Cunha Lima iniciou sua exitosa e marcante carreira. Foi neste parlamento municipal que o poeta deu seus primeiros passos como legítimo representante do povo.

Eis uma faceta da história de Ronaldo que poucos lembram, mas que, certamente, apesar de todos os cargos de extrema importância que o poeta ocupou, ouso acreditar que jamais ele tenha apagado do coração aqueles dias como vereador da Rainha da Borborema.

E mais: ouso acreditar que sua passagem por esta casa influenciou marcantemente sua trajetória política.

O vereador é o político que mais próximo está do povo, que mais convive com o cotidiano dos bairros, das ruas.

O vereador, ainda hoje, trata diretamente, cara a cara, com as pessoas, inclusive as mais humildes. Se hoje ainda é assim, imaginem há mais de meio século!

Ronaldo tinha como uma das suas marcas mais expressivas a natural integração com essa massa heterogênea que é o povo.
Agia com desembaraço tanto entre os grandes, nas mesas elegantes, nos palácios, como também entre os pequenos, à beira de um balcão tosco, numa casinha pobre, num bairro da periferia.

Culto, destacava-se entre os intelectuais. Simples por natureza, reluzia entre a gente comum. Erudito, seu lirismo produzia sonetos que agradavam os críticos mais exigentes. Popular, declamava quadrinhas e sextilhas que encantavam até os homens e mulheres menos letrados.

É claro que essa capacidade de se integrar a qualquer que fosse o público e o ambiente era da natureza de Ronaldo Cunha Lima. Mas, não duvido que essa natureza tenha sido aperfeiçoada no exercício do primeiro mandato, na lida modesta de um vereador.

Foi daqui que Ronaldo saiu para alçar voos que talvez jamais tivesse imaginado. Campina Grande deu asas ao poeta.

Em 1982, Campina Grande recebeu de braços abertos o Ronaldo exilado, que havia deixado esta terra, rumo ao Sudeste do país, após ter o mandato de prefeito usurpado pela arbitrariedade do regime militar.

Campina, porém, sempre foi senhora do seu destino e, naquele 1982, restituiu o poeta à cadeira de prefeito.

Trinta anos depois, Ronaldo mais uma vez retornaria à Rainha da Borborema após um período de ausência. Era já 2012.

Porém, se em 82 voltou carregado nos braços do povo em festa, desta vez seria carregado entre lágrimas de um povo em luto, para ter seu corpo depositado na terra que tanto amou.

Ronaldo Cunha Lima viverá, todavia, em sua obra, sua história e seu legado.

Ronaldo viverá em seus filhos, que são seus continuadores; viverá na paixão da sua poesia; viverá na perenidade da sua obra; viverá em cada canto da Paraíba e, sobretudo, de Campina Grande, onde deixou sua marca indelével.

Ronaldo viverá, enfim, pois os poetas não morrem, porque a poesia é a linguagem da alma, e a alma é eterna.

Muito obrigado!

Divisão de Imprensa CMCG

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